Por: Bruna Bozano
Em um cenário de concorrência cada vez mais acirrada, o seguro garantia licitação deixou de ser apenas uma exigência legal e passou a se consolidar como um verdadeiro diferencial estratégico para empresas que disputam contratos públicos e privados.
De acordo com dados divulgados pelo Poder360, a emissão dessa modalidade atingiu R$ 4,3 bilhões em 2023, representando 67% de todo o volume de seguros de linha financeira no Brasil.
E, segundo estimativas atualizadas da Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), o faturamento com seguros de garantia atingiu R$ 3,677 bilhões entre janeiro e setembro de 2024, um aumento de 14% em relação ao mesmo período de 2023.
A expansão está diretamente ligada às mudanças trazidas pela Lei 14.133/2021 — a nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos — que impõe garantias mais robustas, especialmente em contratos de alto valor.
Nova legislação, novos desafios
A lei determina que, em obras e serviços de grande porte, as empresas apresentem garantias que podem chegar a 30% do valor do contrato. Essa exigência não apenas aumentou a procura pelo seguro garantia, como também estimulou seguradoras e corretoras a modernizarem processos e ampliarem a oferta.
“O seguro garantia oferece agilidade, reduz custos e libera capital que antes ficava comprometido em cauções ou fianças bancárias. Isso é fundamental para empresas que precisam de liquidez para operar”, explica Ana Paula Linazzi, corretora especializada no segmento.
Mais agilidade e credibilidade
Ao contrário das garantias tradicionais, que podem levar dias ou até semanas para serem liberadas, a apólice digital de seguro garantia é emitida de forma ágil e com menor burocracia, permitindo que empresas participem de licitações com prazos curtos e alto grau de exigência documental.
Além disso, o seguro reforça a percepção de credibilidade junto a órgãos públicos e parceiros privados, funcionando como um atestado de solidez financeira e capacidade de execução.
Hoje, o seguro garantia não é apenas um requisito formal, mas um sinal de confiança. Empresas que o utilizam transmitem ao contratante a certeza de que cumprem o que prometem.
Cenário de crescimento
Com a ampliação do uso, seguradoras estão investindo em soluções personalizadas que atendam desde pequenas construtoras até grandes empreiteiras. Produtos específicos para diferentes setores — como infraestrutura, tecnologia, saúde e energia — vêm ganhando espaço no mercado.
Segundo especialistas, o avanço tecnológico e a digitalização das apólices devem manter o ritmo de crescimento nos próximos anos, especialmente diante do aquecimento de obras públicas previstas pelo novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e de investimentos privados em concessões e parcerias público-privadas (PPPs).
“Estamos diante de uma mudança cultural. As empresas que enxergarem o seguro garantia como parte da estratégia de negócios terão mais chances de conquistar contratos e crescer de forma sustentável”, conclui Linazzi.