O sistema financeiro do Brasil vive um momento de transformação. Em um passo inédito e estratégico, foi anunciada, em março de 2025, a criação da BRL1, a primeira stablecoin nacional totalmente lastreada em reais e títulos públicos do governo. Trata-se de uma iniciativa que marca o início de uma nova fase na integração entre o universo financeiro tradicional e o ambiente de ativos digitais.
A BRL1 foi idealizada por um consórcio composto por players relevantes do setor cripto no Brasil. Esse grupo, incluindo Mercado Bitcoin, Bitso, Foxbit e Cainvest, se uniu com o objetivo de oferecer uma solução segura, transparente e escalável para facilitar a movimentação de recursos em reais entre plataformas nacionais e internacionais, respondendo a uma demanda crescente por inovação e eficiência.
Tecnologia, segurança e liquidez como pilares da BRL1
Diferentemente de outras stablecoins presentes no mercado internacional, a BRL1 possui características que a tornam singular. Ela é estruturada sobre a rede Polygon, uma blockchain de segunda camada conhecida por sua velocidade, escalabilidade e baixos custos de operação. A escolha dessa rede se alinha à proposta de garantir que os usuários possam realizar transações com menos atrito, maior rapidez e tarifas significativamente reduzidas.
Outro ponto de destaque está no lastro da moeda. A BRL1 é garantida por ativos de baixo risco: reais depositados e títulos públicos do Tesouro Nacional. Essa combinação oferece não apenas estabilidade, como também liquidez e segurança aos usuários, o que a torna uma opção mais confiável frente a outras moedas digitais de valor estável.
O foco em ativos estatais representa um movimento inovador, conectando o setor de criptoativos à solidez da economia formal.
A proposta da BRL1 vai além de simplificar o câmbio entre reais e outras criptomoedas. A stablecoin tem o potencial de se tornar uma peça central na economia onchain brasileira, permitindo que empresas, investidores e desenvolvedores acessem soluções financeiras mais dinâmicas, integradas e menos dependentes de intermediários tradicionais.
Crescimento projetado e internacionalização
O consórcio responsável pela BRL1 estima uma emissão inicial de mais de R$ 50 milhões em tokens ainda em 2025. No entanto, dada a receptividade positiva do mercado e o crescente interesse por soluções que facilitem a conversão de moeda fiduciária para criptoativos, esse montante poderá dobrar, chegando a R$ 100 milhões já no primeiro ano de operação.
Além da operação no Brasil, o projeto já tem planos de expansão para mais de 20 exchanges internacionais, com destaque para centros financeiros estratégicos como Dubai, Londres e Singapura. Essa ampliação visa tornar a BRL1 uma referência internacional de stablecoin com lastro em moeda brasileira, aumentando a competitividade e visibilidade do Brasil no cenário global de criptoativos.
Esse movimento também pode estimular o interesse de investidores estrangeiros no mercado brasileiro, sobretudo em soluções tokenizadas de ativos públicos, promovendo maior circulação de capital e diversificação de investimentos.
Esse avanço demonstra como o Brasil está se posicionando como um ator relevante na corrida global pela digitalização econômica. A BRL1 vai além de propor eficiência nas transações, fortalecendo a confiança dos usuários em soluções tecnológicas ancoradas em fundamentos sólidos. Com seu lançamento, o país sinaliza ao mundo que está pronto para liderar iniciativas financeiras digitais com responsabilidade, inovação e foco no futuro.